20 de jan. de 2010

Manhã de Primavera

(da série  de textos perdidos)

Abri as janelas e deixei o sol entrar...
Era manhã e o frio glacial ruía,
Extertores de geleiras se quebrando.
Minhas mãos mornas, firmes,
Acariciam meu coração,
Pássaro beijado pela poesia,
E este alça vôo alcançando as estrelas.
As emoções pintam cores onde antes havia nada
E, repleto, transbordo de alegria.
A vida se refaz noutra vida
E nela tenho como companheiro o tempo,
Mestre paciente e substância de meu corpo...
Meu corpo galhos, hastes, troncos, folhas,
Ofertas preguiçosas aos raios de sol;
Meus lábios flores abrindo-se ao orvalho,
Palavras perfumes, fragrâncias, odores
- Jardins súbitos revelados -
Minha voz adágios, allegros, andantes
Melodias que a vida me traz.
E os silêncios, pausas musicais,
São discursos afetuosos,
Gestos eloquentes de almas
Que já não carecem de palavras
- Diálogo de espíritos em harmonia -
Reencontros de vidas já vividas.
Abri as janelas e o sol encontrou
Meu coração batendo fora do peito
Porque já não cabia nele
A vastidão da vida...
(19/05/1999 - 07h30)

Nenhum comentário:

Postar um comentário