25 de ago. de 2009

Para os poetas românticos

Gosto dos poetas românticos (não de estilo, mas de coração) porque escrevem derramando sua alma em cada verso, esbanjando floreios em cada rima, algumas tolas, outras sublimes.

Gosto desses poetas porque não têm medo do ridículo pessoano das cartas de amor rasgado, que desavergonhadamente bradam seus sentimentos voláteis em palavras perenes.

Gosto desses poetas que não sabem o que fazem quando dizem o que sentem em um mundo cada vez mais repleto de máscaras de seriedade e respeito.

Gosto desses poetas que ousam ser demasiadamente humanos e egoístas em suas emoções hiperbolicamente gritadas aos quatro ventos.

Gosto desses poetas que sofrem de amor e derramam sua dor em cada verso como se esse, exatamente esse, fosse o último que escreverão, ainda que reincidam nos amores fugidios guardados em futuros insuspeitos.

Gosto desses poetas que sonham rimas de flores e amores, de desejos e beijos, de paixões e aflições, de mortes diuturnas pelo ser amado.

Esses poetas fazem o verão dos sentimentos plenos e vastos que nossa intelectualidade servil e técnica já não admite. Eles nos fazem enxergar onde deixamos de trilhar o caminho dos sonhos e passamos a enterrar a cabeça no chão da razão.

Nós passaremos.

Eles, quintanamente, passarinhos.

25/8/2009 - 14h50

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