(da série de textos perdidos)
Quando passamos do ponto
(Nunca sabemos quando)
Não sabemos do tempo que vivemos
Como quem viveu sem o saber
Desconhecemos o que em nós era conhecido
Em sua cotidiana presença
Banalizando em nós o ato contínuo de existir
Coisas doloridas comprimindo a razão
E devaneio lasso no lapso do momento
Instantâneo desfocado do instante em que insisto
Escapada às cegas no nevoeiro das palavras
Nebulosas distantes de idéias
Vago, fogo-fátuo, vácuo, vórtice infinito
Susto! Pânico súbito diante da emoção
Suspeita, culpada, vadia, perdida
Quase instalada, à espera, à espreita
Mirando no alvo de minha veia indefesa
Delírio, febre, lava subindo o esôfago
Ânsia, , água, nojo, alívio, vazio, oco
Nada
Eu.
(09/05/1992, escrito no ônibus, indo de São Paulo para o Rio de Janeiro)
Saudades Cintilantes
Há 6 anos